A associação de moradores do Conjunto Habitacional Moradias Costeira acaba de assinar um contrato de comodato com a AZ Imóveis, Imperato Empreendimentos Imobiliários e a Queiroz Monteiro Empreendimentos Imobiliários, para uso de uma área de cerca de 20 mil metros quadrados, onde foi feita uma horta comunitária. O contrato, assinado pela presidente da entidade Lucimara Ferreira Lima Covaleski e os representantes das empresas proprietárias do terreno, vai vigorar de 1º de setembro a 31 de dezembro de 2021.
A horta que já vinha sendo cultivada pelos moradores mesmo antes do comodato, fica na rua Professora Maria Nassar Schaustek, e abastece a comunidade com verduras, hortaliças e algumas frutas. “A gente sempre cuidou desse espaço, e vamos seguir tudo que foi determinado pelo comodato, obedecendo as orientações do IAP e da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, com relação à preservação ambiental da área”, comentou Lucimara. Segundo ela, o contrato também determina que a associação comunique imediatamente qualquer invasão ou outro ato que possa trazer prejuízos ao imóvel, e não permite a construção de nenhum tipo de edificação ou moradia no local.
Terapia para os moradores
As hortas comunitárias são uma ótima alternativa para dar funcionalidade a terrenos baldios nas cidades, pondo fim aos problemas por eles gerados e trazendo uma série de benefícios para os que colaboram com a iniciativa. O principal deles está no prazer de produzir o seu próprio alimento, tendo a garantia da sua procedência e qualidade. Além disso, o ato de compartilhar de um mesmo espaço com vizinhos e outras pessoas para a produção de alimentos é capaz de gerar momentos de integração cada vez mais difíceis de serem vistos no cotidiano das cidades.
A moradora Maria de Lourdes Padilha de Melo, 57 anos, vem ajudando a cuidar da horta há cerca de dois anos. Ela conta que lidar com a terra, cuidar das plantas é uma forma de aliviar o estresse. “Quando estou na horta eu me distraio, sem contar que tudo que produzimos é orgânico, saudável. Também ajudamos os vizinhos doando verduras e hortaliças, pois sempre plantamos em grandes quantidades para isso”, comenta.
Maria lembrou ainda que nesse momento de estiagem, a horta é regada através da captação de água de uma nascente e os moradores também fazem compostagem. “Todos os dias vamos regar as plantas, e ver elas crescerem, é tão gratificante fazer isso e melhor ainda é saber que estamos comendo alimentos saudáveis”.
O Edson Barbosa da Silva, 45 anos, é outro colaborador ativo da horta comunitária. Ele foi o responsável pelo plantio das árvores frutíferas e está ajudando a cuidar de tudo há quase quatro anos. “Os cercados todos fui eu que fiz. Quem restaurou a horta foi o Ronaldo, o Edson, o Lair, o José Liozino, a Onildes, o Rafael e a Terezinha. O seu José já nem mora mais no bairro. Gosto de lidar com as plantas, ultimamente ando meio atarefado, por isso não consigo dar atenção diária, mas nos sábados e domingos estou sempre por lá. É uma terapia pra mim, ajuda a aliviar a carga acumulada na semana”.
Texto: Maurenn Bernardo
Publicado na edição 1235 – 22/10/2020