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Foto: Venilton Kuchler/Arquivo AEN
Junho Vermelho: saiba como doar e contribuir com os bancos de sangue do Paraná
Antes da pandemia, grupos de voluntários araucarienses se reuniam em grupos para fazer doações em Curitiba. Foto: divulgação

Desde o começo da pandemia, a demanda por doações de sangue enfrenta os baixos números de doadores e de estoques nos bancos e centros de hematologia. Segundo o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), ao longo do último mês houve uma queda de 20% no número de doadores. Considerando que cada bolsa de sangue pode gerar de 3 a 5 componentes, o percentual passa para 50%. “Precisamos de 100 doadores durante a semana e 150 doadores no sábado, para manter o estoque e encaminhar as bolsas de sangue para hospitais, postos de atendimento, entre outros. Hoje, o número fica em torno de 60 doadores diariamente”, relata Liana Andrade Labres de Souza, diretora do Hemepar.

O quadro pode ser visto como grave, porque o sangue é essencial e insubstituível. Seus componentes podem ser utilizados no tratamento de traumas, cirurgias, entre outros — incluindo testes experimentais com plasma hiperimune no tratamento da covid-19. Ações especiais e datas comemorativas, como o “Dia Mundial do Doador de Sangue” (14 de junho), conscientizam a população sobre o valor desse suprimento, que só pode ser mantido via doações regulares e voluntárias.

Quem pode ser um doador de sangue?

Para ser um doador, é preciso estar em boas condições de saúde, ter entre 16 e 69 anos completos, pesar no mínimo 51 quilos e apresentar documento oficial com foto. No dia da doação, os voluntários devem estar descansados, alimentados e hidratados — evitando consumo de bebidas alcoólicas nas últimas 12 horas. O Hemepar também realiza uma triagem com os doadores, para garantir que o processo seja seguro para os voluntários e para quem irá receber as bolsas de componentes sanguíneos.

Pessoas que tomaram a vacina contra covid-19 ou que já tiveram a doença também podem ser doadores de sangue, desde que respeitem os prazos descritos na lista de restrições. Devem ficar atentos à lista de restrições voluntários que fizeram procedimentos cirúrgicos, tatuagens, micropigmentação, endoscopia, etc; estiveram doentes, sob uso de medicações ou risco de adquirir doenças sexualmente transmissíveis; entre outras condições específicas.

Doar é um ato de amor

Alessandro Rodrigues da Silva, 31 anos é corredor de ultramaratonas, doou sangue pela primeira vez ano passado, antes da pandemia. O atleta deve doar novamente no próximo mês, após se recuperar da covid-19, para contribuir também com o estoque de plasma hiperimune — tratamento contra a doença à base de anticorpos, utilizado em pacientes internados em estado moderado. “Fui motivado pela vontade de ajudar e contribuir com o próximo, certamente irá salvar vidas”, conta.

Doadora por anos, Sandra Mara Cordeiro, 47 anos, também pretende se tornar voluntária novamente neste ano, incentivada pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou as restrições para a comunidade LGBTQI+. Sandra é casada há 12 anos com Tatiane Cardoso e, antes da decisão do tribunal, precisava mentir para fazer as doações de sangue. Presidente do Instituto Cuidar, voltado à defesa de direitos LGBTQI+ em Araucária, a voluntária acredita que agora será possível reunir um grupo grande e representativo, para ir até o centro de hematologia e fazer as doações “de cabeça erguida”. “Meu medo quando fazia doação de sangue era que me barrassem por descobrir que eu era gay. Hoje, posso ir de cabeça erguida. E sempre me fez bem doar, porque quanto mais você ajuda outras pessoas, melhor fica seu estado de saúde físico e mental”, descreve.

Como doar

Não existem centros de coleta em Araucária. Para fazer a doação de sangue, é necessário se dirigir ao Hemepar, na Travessa João Prosdócimo, 145, Alto da XV, em Curitiba. O horário de atendimento é das 7:30 às 18 horas, mediante agendamento pelo site (www.saude.pr.gov.br/Pagina/Doacao-de-Sangue). Atendimentos espontâneos são restringidos ao número de 30 senhas, entregues a partir das 7:30 horas.

Texto: Laís Almeida sob supervisão de Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1266 – 17/06/2021

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