Embora seja célebre a expressão “parece que foi ontem”, que insistimos em utilizar para justificar a sensação de que os dias estão cada vez mais curtos, que o tempo passa cada vez mais depressa, é impressionante como nossa memória parece andar na contramão dessa velocidade, principalmente quando o assunto é política.
Dois mil e dezoito chegou tão rápido que não demorará muito para que comecemos a ouvir a variação da expressão que abre o primeiro parágrafo para algo do tipo “parece que as eleições de 2014 foram ontem”. Esta sensação de proximidade, no entanto, não impedirá que muitos de nós não nos lembremos de quem foram os nossos candidatos aos cargos mais importantes da República. E esta “memória fraca” segue sendo um dos principais impeditivos para que exerçamos com plenitude a cidadania que nos é garantida pelo sufrágio universal.
O ano novo eleitoral chega sem que ainda tenhamos nos conscientizado sobre a real função de boa parte dos cargos para os quais iremos votar. Acabamos dedicando quase todo o nosso tempo a discutir quem será o próximo presidente e governador e “elegemos” como menos importante as disputas à Câmara e Senado Federal, bem como à Assembleia. E fazemos isso mesmo com o nosso passado recente nos jogando na cara a importância do Congresso Nacional.
Vejamos que em 2014, mais de 54 milhões de pessoas elegeram uma presidente da República que, no primeiro semestre de 2016, foi apinchada do cargo graças aos votos de pouco mais de trezentos parlamentares que conquistaram seus cargos na eleição que tradicionalmente é tida como menos importante para o cidadão comum. Deixe-se claro ainda que, o exemplo aqui serve apenas para tentar despertar a atenção de quem nos lê sobre a importância da disputa legislativa e não sobre a retidão do processo e dos motivos que culminaram na cassação da então presidente.
O 2018 que acabou de nascer nos oferece nova oportunidade de exercer com a atenção devida o direito ao voto que a duras penas nos foi garantido. Ainda temos alguns meses até o pleito de outubro. É tempo suficiente para puxarmos pela memória quem foram os nossos escolhidos às casas legislativas em 2014 e, se eles foram eleitos, como exerceram seus mandatos. Da mesma forma, há tempo para estudarmos os que se apresentam como opções para este ano. Ao contrário do que o senso comum e a desilusão com os homens públicos querem nos fazer crer, existe sim gente boa fazendo política neste país. Basta procurarmos e estarmos dispostos a não sermos somente eleitores de ocasião e sim eleitores plenos, que votam e acompanham seus eleitos.
Ótimo Ano Novo a todos. Comentários são bem vindos em www.opopularpr.com.br. Até uma próxima!