Bota paixão nisso!

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As encenações da Paixão de Cristo deste ano em Araucária atraíram um público para lá de expressivo, como ocorre anualmente. E que tem aumentado ano a ano. Mas alguns arriscam dizer que não tem sido necessariamente o público fiel, religioso mesmo, que tem aumentado a ponto de lotar alguns trechos de rua para acompanhar a apresentação. O mérito parece ser mesmo das equipes de atores, figurantes, todos voluntários que estão se empenhando nessas produções. Embora a história seja a mesma há mais de dois mil anos, os fiéis estão mais empenhados em mostrá-la com mais capricho. Mais comunidades estão produzindo sua própria encenação, sempre com elenco do próprio bairro. Em outros casos, como da Ciarte, novos lugares, fora das dependências das igrejas, são explorados de maneira inteligente e também atraem expressiva plateia. Isso tudo sem tirar o brilho nem o público já fiel dos pontos tradicionais. É mais gente querendo ver o brilho e a energia desse pessoal que quer mostrar para sua comunidade um trabalho bem feito.

Também mostra que, com o devido comprometimento dos organizadores e da comunidade é possível produzir excelentes apresentações com praticamente nada de interferência do poder público, senão apoio no fornecimento deste ou daquele material cenográfico.

Evidente que não se pode deixar a motivação religiosa de lado na hora de avaliar, mas pode sim, servir de exemplo para levantar a discussão sobre se houvessem mais momentos, apresentações, peças com este vigor em nossa cidade e, se a comunidade fosse devidamente provocada ou envolvida, não teríamos um cenário cultural diferente?

Existe muita queixa de que o poder público não investe, ou faz isso de maneira quase insignificante, mas e nossos artistas e produtores? Qual é a deles? Estão se empenhando no dia a dia para produzir tudo o que poderiam? Incentivo é importante, mas iniciativa, criatividade e atitude podem fazer a diferença entre existir ou não. Assunto e público talvez tenhamos de sobra. Talvez estejam apenas esperando seu momento de ser provocados a entrar em cena. Pense nisso e boa leitura.

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