Condições do trabalho docente

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A direção do Sismmar foi convidada no último dia 15 de agosto, para participar de audiência pública no Fórum do Meio Ambiente do Trabalho, promovida pela Procuradoria Geral do Trabalho, órgão ligado ao Ministério Público do Trabalho.

O objetivo do fórum é traçar um quadro de como o trabalho tem afetado as condições de vida das pessoas em diversas categorias, inclusive para propor medidas de fiscalização e de defesa dos direitos desses trabalhadores. Os trabalhos são coordenados pela procuradora Marília Coppla. A coordenadora geral do Sismmar, Giovana Piletti expôs a situação das/os servidoras/es que atuam na educação municipal de Araucária.

Há carência de pessoal em todas as turmas, unidades e modalidades de ensino. “Imagine uma atendente infantil, que trabalha nas creches públicas e que precisa manter a atenção constante sobre dez ou mais crianças. Ao final do dia a pessoa está esgotada devido à tensão. Com o tempo gera estresse, desmotiva e pode levar até à síndrome de burnout, que é a alienação do trabalho”, explicou Giovana.

Para piorar a situação, o governo municipal não vem cumprindo os termos da Lei do Piso, que estabelece a hora-atividade em um terço da jornada de trabalho. Ampliar este direito dos atuais 20% para 33,3% ajudaria a aliviar um pouco a carga que recai sobre professores e que precisam trabalhar em casa nos horários de lazer para manter em dia suas tarefas.

“O ideal seria o professor ter metade do tempo em sala de aula e metade para planejamento, estudos, às atividades extraclasse”, defendeu a professora, lembrando que somente o Distrito Federal adota a hora atividade de 50%. “A luta da categoria é para que os governos estaduais e municipais cumpram ao menos os termos da lei”.

Aliada a isto está a falta de estrutura das escolas, que via de regra estão em situação precária, com salas superlotadas, que exigem demais dos professores, obrigados a falar alto o tempo todo, o que ocasiona problemas vocais.

E no serviço municipal não existe uma política de prevenção para preservar a saúde das pessoas, com exames de rotina e outras medidas. Ao contrário, tem todo um procedimento burocrático que dificulta a busca por atendimento.
E quando o profissional adoece, recebe todo um estigma tanto da perícia médica como da própria estrutura escolar, de que não quer trabalhar. Como resultado muitas pessoas acabam não buscando tratamento para os sintomas que sentem, agravando o quadro da doença.

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