Quem visita o Museu Tingüi-Cuera no Parque Cachoeira se depara com inúmeros objetos em exposição que dependeram da atividade de artífices. Um dos trabalhos mais curiosos está relacionado ao ofício do ferro: ferreiro. Imaginar uma cidade que dependia imensamente do trabalho dos ferreiros para funcionar, é voltar para uma época em que era comum uma diversidade de oficinas de ferraria espalhadas pelo município, tanto que alguns ainda podem se recordar da experiência de presenciar o trabalho dos ferreiros. Deles dependia a produção de quase todos os instrumentos agrícolas, arados e carroças entre tantos outros.
Um punho na marreta e outro na tenaz, as batidas ritmadas salpicavam o ambiente escuro das oficinas de ferraria com faíscas. Eles eram os homens que conheciam os segredos da metalurgia. Eles sabiam aquecer o metal e quebrar a sua resistência com o auxílio da forja, bigorna, marreta, tenaz e maçarico. Assim moldavam, furavam, torciam, cortavam, rosqueavam e dobravam para criar uma grande variedade de objetos. O ferreiro produzia, consertava e amolava ferramentas diversas e muito se dependia dele.
Infelizmente, nos dias atuais este ofício perdeu quase todo o seu espaço para o avanço tecnológico. A tradição de passar este conhecimento de pai para filho não perdurou e o que predomina são registros históricos em documentos e na memória de quem viveu essa época. Alguns poucos, como o Sr. Carlos Baideski e o Sr. José Olech ainda preservam seus equipamentos e realizam pequenos trabalhos para amigos e parentes.
Texto: Cristiane Perretto e Luciane Czelusniak Obrzut Ono
Publicado na edição 1120 – 05/07/2018