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Em visita a Araucária, Michel Temer fala a prefeitos da RMC

Foto: Marco Charneski

O ex-presidente da República, Michel Temer, visitou Araucária na manhã desta quarta-feira, 3 de novembro. Ele esteve na cidade por cerca de duas horas, oportunidade em que proferiu a palestra “Reformas constitucionais no atual cenário brasileiro” a diversos prefeitos da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), vereadores e secretários araucarienses, bem como representantes da sociedade civil organizada.

Ao longo de toda esta quarta-feira, Temer esteve no Paraná, onde se reuniu com representantes da Prefeitura de Curitiba e do Governo do Estado. Na Capital, a propósito, recebeu a medalha da comenda da Ordem da Luz dos Pinhais das mãos do prefeito Rafael Greca (DEM).

Em Araucária, a recepção ao ex-presidente aconteceu no salão nobre da Prefeitura de Araucária, sendo que coube ao prefeito Hissam Hussein Dehaini (Cidadania) dar-lhe as boas-vindas. “Somos patrícios, então estamos em casa. Quero agradecer a sua visita e a oportunidade que você nos dá de ouvi-lo”, comentou, em discurso rápido no qual ressaltou a origem libanesa tanto dele quanto de Temer.

A fala de Temer, que além de ex-presidente, é professor universitário e tido como um dos melhores constitucionalistas do país, ressaltou o momento político pelo qual o país passa e a importância de que toda a população entenda o papel da Constituição Federal na definição dos poderes dentro do país. Didático, relembrou alguns dos momentos em que esteve à frente do Brasil e a importância de algumas das reformas que promoveu para tranquilizar o cenário político e econômico naquela oportunidade. “Lembro-me que determinada pessoa me disse durante uma reunião que eu devia aproveitar minha impopularidade para fazer as reformas que o Brasil precisava. E foi isso o que tentamos fazer naqueles dois anos e meio em que estive presidente”, pontuou.

Temer ressaltou que a reforma trabalhista aprovada em seu governo ajudou a dar mais segurança àqueles que queriam investir no Brasil. “Sempre disse que empregado e empregador são forças motrizes do trabalho e a reforma trabalhista veio para facilitar essas relações”, enfatizou.

O ex-presidente ainda aproveitou a discussão atual acerca do teto dos gastos públicos para defender sua manutenção. “Aprovamos o teto, que nada mais é do que a limitação dos gastos do país ao mesmo valor do ano anterior mais a inflação dos últimos doze meses, como forma de dar credibilidade fiscal ao Brasil. Então, digo eu, se furarmos esse teto, passamos ao mundo a impressão de que não somos um país sério e isso afasta investidores internacionais, que é quem tem dinheiro para investir aqui. Mas só vão investir se tiverem segurança. Do contrário, vão procurar outro lugar”, ensinou.

Ainda segundo Temer, quando da aprovação do teto dos gastos, houve a inclusão no texto da lei da possibilidade de gastos adicionais, por meio de créditos extraordinários, para aquelas situações de calamidade, que é caso dos afetados pela crise causada pela pandemia. “É preciso dar guarida a quem tem fome. E isso é possível de ser feito sem furar o teto de gastos”, defendeu.

Por fim, Temer aproveitou sua visita a Araucária para defender o amadurecimento da discussão sobre a implantação do semipresidencialismo no Brasil. “Hoje nem um presidente governa sem o Congresso Nacional. É por isso que defendo o semipresidencialismo, com o presidente ficando responsável pela representação do país internacionalmente, sendo também o comandante das forças armadas, entre outras atribuições e a execução do dia a dia da administração cabendo ao primeiro ministro, eleito pelo Congresso, como acontece em outros países”, finalizou.

Protesto

A visita do ex-presidente a Araucária não agradou a representantes de entidades sindicais, como o Sismmar, Sifar e o Sindipetro. Os três sindicatos realizaram um pequeno protesto em frente à Prefeitura durante esta manhã. Temer, no entanto, acabou não tendo contato com os sindicalistas. Isto porque ele desembarcou no Aeroporto do Bacacheri, em Curitiba, e de lá foi trazido de helicóptero até a Prefeitura por Hissam.

Texto: Waldiclei Barboza

Publicado na edição 1286 – 04/11/2021

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