Rui diz que não tem nada a ver com invasões de terra

Tentativas de invasões aumentaram nas últimas semanas
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Tentativas de invasões aumentaram nas últimas semanas
Tentativas de invasões aumentaram nas últimas semanas

Desde o final do ano passado têm sido várias as tentativas de ocupações irregulares de terras em regiões de Araucária. Essas ações em si não são novidade, considerando os vários vazios urbanos existentes na cidade e a falta de uma política municipal e estadual efetiva na área de habitação popular.

Porém, chegaram até a Redação de O Popular informações de que em várias dessas invasões de terras o nome de um alto personagem da política local tem sido utilizado como suposto avalista dessas ilegalidades.

O personagem em questão é nada mais nada menos do que o próprio vice-prefeito Rui Sérgio Alves de Souza (PT), que no início desta administração ocupou o cargo de diretor-presidente da Companhia de Habitação do Município (Cohab). Segundo apurou nossa reportagem, um sujeito conhecido como “Jason” estaria se identificando como assessor de Rui e garantindo a famílias que participam dessas ocupações que a Prefeitura não iria dificultar a posse dessas terras. Há relatos de secretários municipais, inclusive, dando conta de que “Jason” estaria ligando de celulares corporativos disponibilizados ao Gabinete do Vice e do próprio telefone fixo do terceiro andar “orientando” que certas ocupações de terras não devem ser combatidas pela Cohab, pela Secretaria de Meio Ambiente e pela Guarda Municipal.

Questionado sobre o assunto, o vice-prefeito reconhece que “Jason” já o teria auxiliado na campanha eleitoral do ano passado, pois o sujeito teria acesso à famílias residentes em áreas de ocupação já consolidadas no Município. Rui, no entanto, afirma que “Jason” jamais foi seu assessor e que em hipótese alguma foi autorizado a utilizar o nome do vice-prefeito como avalista de invasões de terras. “Em hipótese alguma autorizei o Jason falar em meu nome. Ele, de fato, é um sujeito meio espaçoso. Dia desses mesmo um conhecido me relatou que ele havia pego uns cartões de sua imobiliária e andava por aí dizendo que era corretor de imóveis”, afirmou.

Apesar de ter sido enfático ao afirmar que jamais atuou como avalista de invasões, Rui disse entender o desespero dessas pessoas que invadem áreas particulares ou mesmo pública, diante da ineficiência do poder público em atender as demandas dessa população no que diz respeito à habitação. Ex-comandante da Cohab, Rui ainda criticou a forma como a companhia vem sendo administrada. “Projetos que havíamos deixado praticamente prontos quando deixamos a Cohab simplesmente foram deixados de lado, como é o caso do loteamento Juruá. A Prefeitura mesmo possui cerca de quinhentos terrenos pequenos, que não servem para obras e equipamentos públicos por conta do tamanho e que poderiam ser destinados a habitação, mas isso não é feito. Já conversei com o prefeito sobre isso, mas até agora nada foi feito”, reclamou.

Rui ainda deu a entender que a Cohab estaria se tornando uma agenciadora de compradores de terrenos para investidores particulares, que em troca estariam passando comissões a alguém da companhia. “Quando eu era presidente da Cohab, o que iríamos fazer era transformar a companhia em correspondente da Caixa, daí todas essas negociações de casas e apartamentos que rendessem comissões seriam destinadas a própria Cohab, mas não foi isso o que foi feito”, atacou.

Resposta

Sobre as críticas feitas por Rui, o atual diretor-presidente da Cohab, João Caetano Saliba Oliveira, afirmou que nenhum projeto que estava em andamento quando o vice ocupava o comando da companhia está parado. Ainda conforme ele, o grande problema é que, ao contrário do que afirma o petista, não havia nenhum empreendimento dos tempos de Rui concluídos. “O que estava mais perto de acontecer era o Juruá, a não ser por um detalhe. Não havia dinheiro para tocar o projeto. Inclusive, o que estamos fazendo agora é toda uma engenharia, amarrando as obras do Juruá com as do Jardim Esperança II para que a empresa interessada nos projetos injete dinheiro neles para começar a lucrar daqui uns dois anos”, afirmou Caetano.

Ainda segundo ele, a declaração de Rui de que pessoas dentro da Cohab estariam recebendo comissões para indicar compradores de imóveis a investidores particulares é, no mínimo, leviana. “Isso não tem sentido. O que estamos fazendo aqui, de fato, são parcerias para que as empresas que antes ofereciam seus imóveis a pessoas de fora, os ofereça antes a quem está na fila da Cohab, mas não existe qualquer tipo de comissão para que isso seja feito. E se o Rui sabe de alguém que esteja fazendo isso, ele que aponte nomes”, intimou.

Texto: Waldiclei Barboza / Foto: Divulgação

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