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A confirmação recente pelo Tribunal de Justiça de todos os crimes pelos quais eram acusados uma razoável parte do secretariado e o próprio ex-prefeito Rui Sérgio Alves de Souza confirma uma tendência: é cada vez menor a chance de uma pessoa mal intencionada entrar para vida pública, cometer ilicitudes e não ser pego.

O caso de Rui e Cia. é emblemático para confirmar a tese acima quando levamos em conta o curto período em que ele ficou no comando da Prefeitura: foram menos de seis meses, mas o suficiente para complicar todo o restante de sua vida. O mesmo vale para a de alguns de seus familiares e mais de uma dezena de secretários, empresários e assim por diante.

Alguns podem até dizer que Rui é uma exceção. Que as instituições continuam frágeis, que o crime no âmbito da administração pública ainda pode compensar. Porém, não é bem assim que a banda toca. As coisas estão sim mudando. Isso, claro, não quer dizer que os crimes do chamado colarinho branco cessaram. Isto talvez seja uma utopia. Mas, com certeza, quer dizer que aqueles que têm a corrupção em seu DNA precisarão melhorar o seu modus operandi. Do contrário, serão, sim, pegos.

E esta melhora no combate ao crime contra a administração pública, principalmente em nossa cidade, se deve essencialmente à melhora e ampliação do quadro de promotores de justiça que atuam na Comarca, bem como a evolução nas ferramentas de investigação que estão à disposição da Justiça.

Embora punir quem trai a confiança suprema que lhe é depositada pelo sufrágio universal precise continuar sendo a principal missão das instituições de controle da atividade pública, é importante frisar que a Justiça sendo feita também tem um caráter pe­dagógico para quem eventualmente esteja pensando em entrar ou até retornar à vida pública. Saibam que já não há mais espaço para más intenções. Saibam que o terreno araucariense não é tão fértil quanto dantes para quem quer praticar corrupção. Boa leitura.

Publicado na edição 1160 – 25/04/2019

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