Infelizmente, ao longo dos últimos meses, O Popular tem dispensado mais atenção do que gostaria com matérias a respeito de mortes por afogamento na represa do Passaúna e também em cavas oriundas da extração de areia existentes em Araucária.
E, mais infelizmente ainda, apesar dos constantes exemplos de que nadar nesses locais é um convite para a morte, somada ao alerta direto das autoridades de que a prática do banho nesses espaços é proibida, as pessoas insistem na prática.
Mais lamentável ainda é que, ao contrário do que o senso comum possa indicar, o nado nesses locais não é praticado por adolescentes irresponsáveis sem o conhecimento dos pais. Os casos mais recentes de mortes são de pessoas que há muito já atingiram a vida adulta ou, pior, de crianças que foram às cavas ou a represa levadas pelos pais.
Tudo isso leva a crer que as pessoas andam simplesmente se lixando para as regras e para o bom senso. E, pasmem, ainda há quem tente colocar a culpa desses sinistros no poder público. Sugerem, inclusive, que as autoridades disponibilizem salva vidas nesses locais, o que é um completo absurdo. Isso porque, cavas e a represa não são lugares indicados para a prática do nado e não são para todo mundo, inclusive, para quem é um exímio nadador. Tanto é que, quando o Corpo de Bombeiros precisa realizar a busca por corpos o faz com roupa de mergulho e cilindros de oxigênio, já que – nem eles – sabem o que o fundo desses lagos reserva ao dar o próximo passo.
A única omissão que talvez o poder público esteja praticando no caso é não fiscalizar e punir adequadamente as pessoas flagradas nas cavas e na represa. Infelizmente, depois de tantas mortes registradas, é a constatação a que se chega: de que as pessoas só começam a respeitar mesmo as regras quando são punidas por desrespeitá-las.
Pensemos todos nisso e boa leitura!
Publicado na edição 1148 – 31/01/2019